Meu amigo visita sua cova
como quem vai à casa de campo
plantar rosas.
Há algum tempo comprou
sua casa de terra, plantou
árvores ao redor
e de quando em quando vai lá
ver como sua morte floresce,
como se vivo
pudesse ali fazer
o que só morto fará.
Olha, pensa, ajeita uma coisa e outra
depois volta à agitação da vida:
ama, come, faz projetos
pois já botou sua morte