Quando eu crescer

Na sala, terceira carteira da fila do meio, fico olhando o professor de história dizer palavras incompreensíveis,frases avulsas que não me passam nada. Ele parece estar no automático...sem qualquer tipo de emoção, muito pelo contrário, mostra uma indiferença assustadora ao fato de que no fundo da sala há um imenso barulho e que, a pequena parcela que não está fazendo outras coisas se encontra com um olhar distraído em algum ponto.

Quando criança, nunca quis ser médica, astronauta, bombeiro... Enfim, essas coisas que toda criança sonha. Não sabia o que eu queria, mas de qualquer maneira, não me interessava, eu me contentava em ser criança. Estou no 3º ano do ensino médio, faltando um mês pro vestibular e ainda não me decidi qual curso fazer.Fui em um observatório...visitei alguns cursos, mas na verdade me confundiu mais.É, acho que sou muito nova para poder escolher uma profissão pro resto da vida, mas penso que as atitudes partem de agora. Se deixar para depois vão ser só idéias no papel.

Meus desejos não estão além de qualquer um. Quero estudar e trabalhar, mas não quero abrir mão de tempo para fazer aquilo que gosto.Quero ter dinheiro, mas não estou disposta a ser refém dele. Quero ter minha liberdade, sempre, mas não vou me hesitar em me prender a alguém, criar laços...

Então, olhando o professor, eu penso: é aquilo que ele queria pra vida dele?Aquilo parecia tão... vazio. Afinal, planos são apenas planos e quem eu sou e decido ser na verdade significa pouco, ou quase nada, diante do que há de vir. Quantas vezes, nem poderia contar, meu planos saíram dos eixos e tudo acabou se perdendo,às vezes de uma forma dolorosa, sem que eu pudesse ao menos ver onde foi a falha.Ou se foi minha a falha... Mas talvez seja exatamente esta a beleza dos planos, o fato deles existirem sobre um futuro incerto e que me amedronta.

Direito X Psicologia ?